uma noite chuvosa, chuva fina e sem força, um pouco frio... friozinho só... noite de primavera. ninguém no calçadão da praia, vou tomar chá na janela e; eis que surge um menino andando na calçada.
como ele andava:
ele andava com passos marcados, como se tivesse coreografado, parecia compenetrado no ato de andar... pé ante pé, pernas esticadas, andar firme e braços balançando como se fosse um robô
ele estava vestido com uma calça clara, um casaco claro, algo em torno de um verde desbotado, quase branco, ou bege.
e lá foi ele, eu o acompanhei com os olhos, achando engraçado o jeito dele.
na frente, alguns metros, estava a barriquinha de cocos... quiosque! ele se aproximava ainda em seus passos coreografados e, quando chegou em frente, soltou um grito e colocou as mão na cabeça! como naquele quadro, "o grito" - titubeou, perdeu um pouco o ritmo do andar, balançou mas logo se aprumou, pegou o passo de novo e andou um bocado de tempo com as mãos na cabeça.
o grito:
ele soltou um grito seco, estridente, como pouco volume e muita dramatização, era um misto de susto com alívio imediato, algo muito rápido.
no quiosque, logo após o grito:
saí de dentro do quiosque o homem que vende coco, sonolento, sem camisa, ele bufa algo como: "caralho! que merda é essa?! saí fora, vai dormir diabo!!" vai até a areia e prepara-se para dar uma mijada...
saí da janela.
acho que estou vendo coisas... dei pra isso... vai entender?!
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